terça-feira, 28 de setembro de 2010

A seca de Brasília...



Gente, o tempo em Brasília anda terrível...
Estava pensando nisso quando recebi um texto de um amigo que discorria em palavras, magistralmente - e melhor do que eu poderia pensar! - o que eu andava sentindo.
Penso que ele conseguiu traduzir liricamente o temperamento atual desta nossa dama irrequieta: Brasília.
O texto, bem como a foto belíssima, é do Roberto Klotz. Este além de amigo é um grande escritor e para mim o Klotz é o melhor cronista dessa nossa cidade.

Degustem o texto e a imagem do Klotz. Vale também dar uma passeada no seu blog:
http://robertoklotz.blogspot.com/


"Um amigo virá a Brasília em breve. Perguntou-me sobre o tempo.
Olhei para névoa.
Estamos há exatos 125 dias sem chuva.
O ar está muito seco. Lábios racham, sangram. Pele e mucosas nasais precisam de umidificadores.
O calor está insuportável com céu bem vermelho como se fosse marketing de partido político. É a poeira do cerrado.
A grama está esturricada. Morta. Basta uma ponta de cigarro para incendiar as vastas áreas plantadas. No horizonte sempre podemos contar dois ou três focos de incêndio.
Sempre é assim. Todo ano é a mesma coisa. Alguns melhores outros piores.
Algumas cigarras aquecem a voz. Formigas protegem a entrada da toca. Os ipês brancos estão floridos anunciando que a chuva está próxima.
Quando cai a primeira gota de chuva as pessoas festejam. A cidade grita alegremente. Comemora como se fosse vitória na final da Copa do Mundo. Euforicamente todos se abraçam e telefonam comentando a novidade. Homens, mulheres, crianças, pobres e ricos se irmanam sob a chuva: festejam. Todos se molham de prazer.
No dia seguinte a grama ressuscita em verde claro pintando a cidade de primavera.
Quando outubro chegar, a cidade estará pronta e colorida para recebê-lo."

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Brasília Dia Brasília Noite
















Dia 09 de setembro ocorreu no Centro Cultural da Caixa a abertura da exposição: Brasília Dia/Brasília Noite, em comemoração aos 50 anos de Brasília.
A presidente da ACAV Flavita Boeckel (foto), idealizadora e curadora da exposição, convidou vários artistas visuais para representar em quadros de 50 x 50 cm a nossa Brasília diurna e noturna. Estes quadros confeccionados formaram dois painéis representativos da nossa cidade que será exposto posteriormente ainda em várias cidades brasileiras.

Criei 2 quadros para a exposição:
1. Brasília sob o sol dourado dos ipês (Jeanne Maz)
2. Encanto noturno capital (Jeanne Maz)


Historieta das obras:

A idéia foi colocar as árvores símbolos da nossa cidade, os ipês, representando o clima e a cor da nossa cidade.
De dia com o céu azul que se pinta de matizes no pôr do sol e faz brilhar a cidade e de noite o mistério e o encanto que podemos encontrar na capital.
Ambas árvores representam a cidadebrasília,crescendo, enraizando-se no país, abrindo espaço no céu. As raízes desta capital menina estão fincadas na ancestralidade de cor e formas do nosso povo brasileiro, em especial do Goiás, daí a simbologia que formam a terra e incorpora-se à própria cidade, que cresce majestosa ocupando indefinidamente seus espaços...

Fotos da minha arte e da exposição,
Arte e texto Jeanne Maz

Itiquira




Distante 115 km de Brasília temos a maior cachoeira de Goiás e a maior queda livre acessível do país: Salto do Itiquira.São 168m de pura magia das águas.

Por vezes - quando não estou tão torporizada de deveres e problemas - pego o carro e descanso meus olhos e alma naquele verde exuberante do Parque Municipal de Itiquira. A paz que encontro ouvindo o barulho da imensa cachoeira é indescritível e o banho gelado sempre funciona como um descarrego de energias inconvenientes.

Quando afeita às aventuras e disposta a grande esforço faço a trilha que leva ao topo da cachoeira, uma subida íngreme, difícil e que desafia o corpo. Das trilhas que conheço aqui no cerrado é a mais difícil e, portanto, a que mais prazer promove quando realizada.

Mas neste último agosto fui com minha mãe e estávamos à busca de sossego e tranquilidade e voltamos recompensadas pelo passeio e impregnadas pela paz que Itiquira nos banhou...