domingo, 1 de novembro de 2009

Um momento piegas...


Nesta fase de tristeza e turbulência que pareço estar saindo aos poucos, revoltei-me até com Deus, mas hoje já vislumbro progressos pois sinto-me num parque de diversões esquisito onde estou presa numa montanha russa de humores: há dias que ainda acordo no fundo do poço e nem eu me suporto, para em outros despertar com um sorriso estampado e a certeza de resgatar o meu eu e voltar a rir, sempre, tanto dos meus dias de festa como dos de faxina...

Mas houve quem teve coragem de estar comigo e me suportar estes dias - estou sendo boazinha pois já são quatro meses! - que foram a família forçadamente, claro, e os amigos por opção. A estes últimos queria agradecer tudo. Não tenho palavras para retribuir tudo que me foi oferecido por vocês. Presenteio-os com a única moeda que posso oferecer neste momento: palavras.

Um muito obrigada aqueles colegas e amigos que de alguma maneira tornaram mais agradáveis meus dias, quer com sorrisos, estórias ou gestos de carinho.
Um agradecimento aos amigos do grupo de literatura que semanalmente me aguentaram: rai oliveira, oswaldo pullen e eusanete santana.

Mas minha eterna dívida ficam para os amigos de toda hora que são estes que estão comigo nesta foto-momento: simone, edson e em particular a minha melhor amiga - e alma gêmea feminina - adriana moraes e meu melhor amigo - e anjo pessoal- nando negreiros. Uma homenagem especial a vocês:

ANJOS COLORIDOS


Na fogueira da revolução
ouviu-se um alarido
e na confusão pernambucana
distraíram-se na minha composição
Temperaram-me com medo e tristeza
rechearam-me com pessoas casmurras
Não contentes com o feitio
deram um toque no barro
gerando prantos noturnos
perenes e aderidos
que cerrou-me na torre de livros
na sorte do todo aspicio

Numa ciranda com vento silvestre
ipês multicores do cerrado
o amarelo limão rodopio
presenteou-me com amigos-sorrisos
Anjos suspeitos e poéticos
que jogaram cordas pra torre
e disfarçando suas asas invisíveis
ajudaram-me a colher os livros
plantaram flores vermelhas
correram florestas no gramado
me semearam poentes-alforrios

Não fatigados do esforço
tecem confetes no caminho
compartilham vinhos e dulcituras
sussurram músicas alegres
acendem meu desenfio
E quando me recolho em surdina
escondem-se nas telas rupestres
colorindo um cansado ressonar
mimetizam formas dançantes
que me doam papéis de sorriso
para enxugar as lágrimas do rio

01.11.09

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