domingo, 21 de março de 2010

Conciliando artes: medicina e criação


Foi difícil para mim conciliar o processo criativo das artes com a rigidez pragmática da medicina, mas hoje trafego nas duas áreas sem grandes abarroamentos. Creio que me tornei melhor médica pela sensibilidade artística desenvolvida e melhor artista pela capacidade de organização, e de respeito aos limites, que a medicina me cultivou. Essa dicotomia que por muito anos foi cultivada em universos distintos, atualmente vem se entrelaçando progressivamente, gerando uma sensação de completude que me faz muito mais feliz.

Quando me perguntam, frequentemente, se pudesse escolher só uma, o que faria? Respondo sem titubear: Sou médica-artista indissolúvel, pois preciso do aterro que a medicina me dá (senão iria embora qual balão em ventania) , porém a arte é fundamental para me fazer sonhar e me equilibrar; com essa união nem permaneço voando perdida muito tempo, nem o chão consegue me devorar...

A imagem que ilustra a mensagem compõe um painel da minha casa e representa o "Olho de Horus", o símbolo egípcio maior da medicina.
Conta o mito que numa batalha o olho esquerdo de Hórus - filho de Iris e Osiris- foi arrancado, mas depois por méritos, restaurado. Hórus, o deus falcão tornou-se o deus da arte de curar e seu símbolo começou a ser utilizado por Galeno no sentido de restaurar a saúde do paciente, assim como o seu olho foi restaurado.

O símbolo foi estilizada para 2 Rs e depois um R e um Z (Zeus); posteriormente um R com um "x" cortando a perna direita do R, sendo este último até os dias atuais o símbolo universal do receituário médico...

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