terça-feira, 20 de abril de 2010

Pirenópolis e seus oito dragões















Estive em Pirenópolis (GO) nesta última semana santa e fui tocada por um passeio especial: as Cachoeiras dos Dragões que ficam dentro do mosteiro zen. A idéia partiu dos meus filhos de desvendar passeios novos a cada viagem.

A trilha, claro, é um Jardim Zen e como cartão de visitas inicial fomos saudados pela "polliana", a flor amarela, símbolo da cidade. A flor como quase toda vegetação deste lugar é rupestre, ou seja, nasce em rochas, encostas, pedras e mesmo assim encanta pela vivacidade e pela delicadeza.

As cachoeiras são descritas simbolicamente como o caminho filosófico do Treinamento Zen. Descrevo conforme entendi do guia e absorvi do local, sem compromisso com a veracidade já que não tenho autoridade para explicar essa cultura e filosofia.

Vamos então às cachoeiras e seus ensinamentos:
1ºPortão do Dragão: É o portal onde você penetra neste universo, disposto a seguir essa trajetória. A cachoeira é pequena, difícil subí-la; você pode cair várias vezes. Poucos entrarão de verdade nesta filosofia e se tornarão dragões.

2ºDragão Azul: É uma cachoeira com penhasco. O dragão está escondido na sua caverna e para penetrá-la há de ser com sacrifício, se faz necessário ter coragem de ver o sofrimento de frente.

3º Pérola do Dragão: A pérola está escondida em águas profundas, não se vê o fundo e há necessidade de um grande mergulho no escuro para encontrar a riqueza desta pérola negra, rara, preciosa. Este é o contato com seu eu mais escondido, mais doloroso, mais submerso.

4º Nuvens do Dragão: Após o contato com sofrimento e o mergulho no seu eu mais escuro, com a pérola em mãos o dragão se lança aos céus. Mas neste vôo lhe chegam as nuvens, que representam o caos liberado por todo esse caminho de descobertas.

5º Dragão Verdadeiro: Depois de toda estrada percorrida você fala, estuda, medita em busca de ser um dragão. No entanto quando o verdadeiro dragão chega é assustador, inquietante, mas não exige justificativa. Como diz o Monge Tokuda, mestre e fundador do espaço: “é hora de aceitar o susto calado”.

6º Dragão Voador: Corresponde ao vôo do dragão após ter contato com seu dragão verdadeiro ele está pronto para voar aos céus. Neste momento ele voa livre e sem medo. Abro uma observação: esta é a cachoeira mais linda do local. Que maravilha é poder voar!!!

7º Dragão do Céu: É quando ele já realizado saí do mosteiro e começa a usar sua força na comunidade. É somente no seu trabalho árduo, persistente e diário que ele chega aos céus.

8º Rei dos Dragões: Uma cachoeira de vários planos onde ficam os urubus-reis no fim da tarde. O rei dos dragões é o guardião do lugar, responsável por manter a sabedoria de todo mosteiro, de toda filosofia zen. De todos os dragões...

Meus filhos adoraram imensamente o passeio e as histórias do local. Combinamos um dia fazer o retiro zen para entrar em contato com nossos dragões interiores.
Breno, meu caçula, mostrou interesse maior. Nada a se estranhar em alguém vegetariano, defensor dos animais, e que tem como paixão uma coleção de dragões que preenche todo seu quarto.

Confesso que depois desse passeio deslumbrante ainda estou aqui magicando sobre esses dragões...
Texto de Jeanne Maz

Um comentário:

jaymeholistico@hotmail.com disse...

Olha eu já ví coisa bonita mas essas imagens são as mais que eu já ví. vou pra aí com certeza.